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Este é o blog de Rafael Costa. Aqui você encontrará meus desenhos, charges, quadrinhos, textos, etc. Tendo como temática principal a violência do estado, podendo variar em alguns momentos. Se você for amigo ou amiga, deixe-me um recado no mural. Sua opinião é importante. Ou escreva para ventodeliberdade@gmail.com.Também indico a navegação pelos meus links de blogs, são ótimas dicas. Obrigado.

sábado, 28 de novembro de 2009

TENTE NÃO SE PERDER

Parece que, definitivamente, estamos perdidos. Não quero ser pessimista, só tento analisar o contexto em que nos encontramos inseridos. Talvez você possa me ajudar com minhas conclusões. Observemos o que acontece nesse mundo em que vivemos hoje. Tentemos descobrir quais as motivações que impulsionam as atitudes atuais? Quais são as coisas que importam pras pessoas? Isso, falo das pessoas, nem comento dos grupos políticos, governos, etc. Alguém já disse que era o “fim da história”, né? Muro de Berlim e tal. Pois, não falo sobre isso. Imagine você, uma guerra onde um lado quer invadir e tomar o controle de um país e o outro quer expulsar estes mesmos invasores. Nada mais normal, não? Pois não é o que acontece na atual guerra do Afeganistão. Nada a ver com a guerra contra o “terror” ou guerra por “libertação”. Estamos perdidos.

Um amigo me apresentou um artigo em castelhano chamado “Una extraña guerra” (http://www.kaosenlared.net/noticia/una-extrana-guerra), escrito por Juan Gelma. Aí se pode tomar conhecimento dos rumos que tem tomado este atual conflito internacional. Mais um entre tantos. Pois, pasmem, sabem quem faz a escolta dos comboios de mantimentos e munições das forças dos EUA no Afeganistão? Uns barbudos que foram derrubados do poder em 2001, depois do ataque às torres gêmeas, o Taliban! Derrubados pelos mesmos estadunidenses que agora se utilizam dos seus serviços. Como os comboios são atacados diariamente, as empresas de segurança contratas pelo governo dos EUA (ou seja, mercenários), que fazem essa escolta, têm carta branca e dinheiro desse governo para negociar a melhor maneira de fazer o transporte dos materiais. E, essa maneira, consiste em pagar o Taliban! O qual se utiliza desse recurso para financiar sua guerra contra as mesmas forças que lhe paga para que faça a proteção de seus equipamentos, que serão usados na guerra contra eles. Agora me enrolei, não sei se deu pra entender. Como disse antes, acho que estamos perdidos. E o governo dos EUA paga ao Taliban para que suas armas e comida cheguem em segurança ao seu destino, as quais ajudarão na guerra contra esse mesmo Taliban que eles financiaram. Peraí! Me perdi de novo... Mas acho que é isso.

De fato, o título do artigo é esclarecedor, é uma estranha guerra. Mas este é um estranho mundo também. Parece-me, salvo uma melhor avaliação, que vivemos num sistema que se autodestrói para se reconstruir, como nessa surrealista guerra do Afeganistão. Pensemos: o que importa realmente nesse mundo? Acho que seria simplório dizer que é um mundo capitalista é só o dinheiro que importa, só o econômico. Custa barato para os estadunidenses financiar o Taliban para depois combatê-lo? Não deve ter algo material que explica isso, na minha opinião. O Taliban é um grupo de fanáticos, não é isso que dizem? Deveriam querer expulsar os EUA, os infiéis, a qualquer custo, não? E aceitam o dinheiro deles! Bom, quando eles expulsaram os russos, no começo dos anos 80, também foram financiados por esses mesmos EUA. Mas, o que acontece agora?

Essa situação merece uma análise mais aprofundada, pois me parece reveladora, me parece um retrato do que é o sistema em que estamos afundados. Autodestrutivo, que tem um apreço muito grande pela morte, que polui e destrói os recursos naturais, os mesmos que são necessários para continuar a fabricar as bugigangas que são vendidas e fazer andar os veículos que atulham as ruas. O que há na psiquê desse sistema? Ou na nossa psiquê?

Acho que precisamos de um tratamento.

Ah! Usei uma charge da Juliana Borges (http://peledaterra.blogspot.com/ para ilustrar essa postagem, porque achei que tinha muito a ver com o que estava pensando.

Um comentário:

gibiliga disse...

Bem enrolada mesmo essa situação toda, não tem jeito, mas "até que" a apresentas com estilo, que nem só "professor" entende, mas que não deixa de lembrar o perder-se e reatares de cada dia "até" nas escolas. Supondo ser mesmo (e sabendo que não deixa de ser), um exemplo de fala "de professor", sem medo de expor as entranhas desse entendimentos ou questionamento, pelo contrário, e já que é para isso mesmo, a coisa dando pé, te tiro o boné. Agora eu é que vou "subindo pelas paredes" para ficar à altura, mesmo sem saber como "exatamente". O mesmo admirável exemplo vejo nos desenhos para catadores e os outros de pedradas e do B.O.I. que vou ver mais de perto, mas emocionantes prá canoa!